sexta-feira, 1 de maio de 2009

Entre a Razão e a Emoção.

O dia amanheceu azul e rosa, mais rosa do que azul. Há muito tempo eu não via o nascer do sol. O vento soprava de um jeito brejeiro, e a chuva fina que caía era sem dúvida um convite a uma caminhada. E assim quando muitos durmiam acompanhados ou não; aquecidos em suas camas prisioneiros da obrigação de ali estar; eu caminhava solitária e livre ao sabor do vento e da carícia da chuva. Durante o passeio, com as sandálias nas mãos, cabelo molhado, vestido colado, aquele friozinho de manhã preguiçosa, eu olhei para o lado e descobri que voce estava ali . Juntinho de mim esperando um gesto, um sinal, para que sem disfarce voce pudesse segurar minhas mãos nas suas. E assim em silêncio, lado a lado, caminhamos. Apenas nosso olhar dizia o que nossos corações ansiavam. Mais de uma vez demoramos mais olhando um para o outro, e sem que nenhum de nós entendesse continuamos assim, tão próximo, sem nada fazer. Todo esse caminho teve a dimensão de uma eternidade. Ouvíamos apenas o que a razão nos dizia, fizemos calar a voz da emoção. Não nos rendemos a força deste sentimento que cresce em nossos corações, e nem sabemos que nome dar a ele. O sol fêz com a gente o que não ousamos fazer um com o outro: nos deu um abraço apaixonado. Nós sabíamos que se nossos corpos se entrelaçassem naquela amanhã o rumo de nossas vidas mudaria por completo. E assim nos despedimos. Trocamos o nosso hoje pelo amanhã que não virá.

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